segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O preço da flor.




O aviso me veio tantas vezes
sobre fechar as portas e as janelas
bater bem os pés antes de entrar
de uma vez nesses resguardos
de quem se entrega
sem medir o tamanho
dos tombos que vem depois.

É visível a dificuldade dos movimentos
levantar
mecânica
todos os dias
preenchendo os teus espaços
com sonos
para adiar realidades novas
na espera da coragem
de  estreá-las
acordo
olho para elas
recebo de volta o aperto
que o peito todo recebe
e choro
me lavo.

Levo ansiedades acumuladas
numa bagagem pesada
que o tempo me ajuda a carregar.

Lembranças
todas
regadas de carinho
talvez 
seja por isso
que não abro mão

ao invés disso
ignoro todos os espinhos
na tentativa de ainda
segurar a rosa.

Entre os excessos e as dúvidas.




O amor esse covil de loucos
esse danço mesmo 
sem saber dançar
esse cantar 
fora do tempo das músicas. 

O mesmo amor que morde

e te tira o sangue
causa essa saudade de arder

nunca entendo

mas tento

desconfio até
que nossas mortes
vão se dar
numa dessas tentativas.