segunda-feira, 17 de julho de 2017
No final de semana esbarramos com um grupo de mulheres, estavam todas com cartazes e bexigas coloridas nas mãos. Nos aproximamos e perguntamos do que se tratava e uma delas explicou breve e claramente. O intuito era cada pessoa escrever alguma frase de sua preferência no cartão, pendurar na bexiga e depois soltar ao vento, pra que ele se encarregasse de levar até sabe-se lá onde. Achei uma coisa tão engraçada e bacana, fiquei imaginando por acaso caída no chão a minha estranha caligrafia. O que significou pra mim e me tocou naquele instante, agora tocaria as mãos e os sentidos de um outro que nem sequer desconfio a identidade mas sei da existência. Essa ligação com os demais é sempre um mistério bom, porque traz consigo uma espécie de otimismo que vai se instalando, passando as mãos na superfície dos nossos escuros, removendo a poeira e deixando limpa a ideia de que não estamos completamente isolados. No final de semana redescobrimos que o fio da existência nos liga, mesmo que tão frágil, mesmo que a gente esqueça e faça de conta que não.
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