sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Confissões de liquidificador


Tenho tanto para contar  rapaz , mas ando tão nervosa que já perdi o jeito de escrever , de me virar do avesso tentando me colocar no papel .

Então vem logo me achar , que eu já cansei de dar murro em ponta de faca .
Que eu já cansei de me sentir tão fraca , de não saber o modo exato de me orientar.

Ando tão farta de te procurar entre outros olhos ,
que às vezes penso ter alguma venda me impedindo de encontrar.

E a minha mente mais parece um liquidificador ambulante ,
rodando , batendo a mistura , triturando .
Sem me dar alguns segundos pra provar o que existe ali dentro.

Só me resta essa pressa misturada com a fadiga ,
de andar a procura do que a maioria supõe não existir.

De entrar nos lugares tateando o nada , conhecendo gente
passando os olhos por tantas caras sem ter qualquer certeza de que é você ali.

Mas eu lhe deixo o recado , mesmo que seja em anonimato ,
de que ao me encontrar seja direto , olhe bem assim , dentro de mim.
Como se fosse me perfurar , ''decifra-me ou te devoro''.

E só assim eu vou saber que achei.

É árduo demais procurar pelo amor , pelo nosso amor .
Sem comerciais , televisão , algum cartaz ou qualquer coisa que indique.

Mas ao encontrar assim ao acaso , num dia qualquer , eu sei que te acho.

Vou amarrar à nossa volta um laço , e talvez assim não me deixe nunca mais.

sábado, 25 de dezembro de 2010

l'avortement

Seu amor é um abandono,
sim é exatamente isso que essa sua ‘noção’ de amor representa agora.

Ausência, abandono, um vácuo.

Entenda querida , já não existem laços , apenas nós.
Nós apertados , que machucam , vão prendendo,
rasgando de dentro pra fora de forma lenta , torturando cada pedaço.

Não, por favor não me chame ,
não me venha com esses olhos que se revestem de olhares antigos,
daqueles que me faziam hesitar por qualquer motivo ,
porque eu sei que por trás de tudo não existe quem eu achei que existisse.

Entenda de uma vez, eu não quero nada que seja seu.

Apenas perceba que eu não consigo entender
como alguém pode dizer ‘eu te amo’ durante anos e abrir mão daquilo que lutou pra ter.
É tão cômodo ter uma responsabilidade cuidada por outros,
é ironicamente tão bom que a pessoa que está
‘geneticamente programada para amar você’ não ame .

Esse amor que você diz sentir por mim não passa de um castelo de areia na beira da praia,
de palavrinhas ao vento.

Por que é tão dificil entender que eu já não acredito em mais nenhuma palavra sua ,
e qualquer coisa que você argumentar eu irei rebater?
Qualquer passo que você der em direção à mim eu recuarei três vezes.
E não me peça para ter paciência, não me peça para conviver,
pois eu só quero na minha vida quem me faz bem ,
e a tua presença já deixou de me fazer bem há tempos .

Vai logo, porque eu não aguento mais ter que te ver assim inteira
enquanto os meus pedaços estão espalhados por aí .
Que eu não aguento te ver vivendo
enquanto todos os dias eu vou morrendo aos poucos ,
uma morte lenta e um corpo mal cuidado .
Vai pra onde tem que ser porque eu não aguento mais a indiferença
e intolerancia das tuas ações com relação a tudo que nos envolve,
o comodismo acoplado em ti , o medo que existe em viver o que nem foi vivido.

O amor que foi ‘abortado’ ainda se move, acredite .

E não existe um dia que eu não chore pelo que se perdeu ,
por tudo o que eu acreditei , por tudo que ameaçou e não chegou a ser,
por todas as vezes que me senti dispensavel , invisivel .
E das vezes que chorei por mimo no teu colo ou na falta dele ,e chorei por ingratidão,
e chorei por sentir humilhação nas palavras que saíam de ti depois de tudo o que eu amei,
e não foi pouco amor , disso eu sei.

Eu dei tanto, dei mais de mim do que eu achava que poderia dar,
e em troca eu recebi farpas , arranhando , ardendo , me fazendo sangrar pelos olhos.
Os olhos que antes te faziam ficar mais vinte minutos do que o teu horário permitia .

Sinto a dor do baque, uma dor que chega a se tornar física.

Mas um dia há de passar.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Bailado cósmico.

  Uma sala no terceiro andar, o sol entrando de um lado e ela vindo na vertical com os braços abertos, como se fosse abraçar o mundo. As pontas dos dedos anestesiadas pela repetição dos movimentos.
  O chão de madeira e na parede a sombra vaga, funcionando como um retroprojetor natural, refletindo a dança da menina. A terapia dela era essa, uma onda elétrica que a percorria de dentro para fora, transformando em movimento tudo aquilo que a afligia e que a cortava.
  Era uma dança solo, desenhando com a ponta dos dedos sobre a madeira fria, um círculo. Ela carregava a leveza da alma enquanto sentia poder abraçar o mundo durante os passos. Um espetáculo individual, transcendental, um bailado cósmico. Não havia música de fundo. Na verdade ela existia, mas alí no íntimo dela e ecoava.

domingo, 21 de novembro de 2010

Me foge a palavra




Algo que esparrama mas não se move, algo que se dê-forma.
Apago a luz e os mundos se agrupam por semelhança.
A casa não me contém: sobre ela repouso.
A textura é o contorno, é como se, como se, como se,
um pequeno mergulho, uma cor, uma palavra me faltasse

sábado, 30 de outubro de 2010

Dos nossos passeios.



Vamos passear? Eu sei que tá nublado, mas assim é melhor porque não faz calor.
Andar com o sol a pino é que é de matar...
Não, não vou levar guarda-chuva, não gosto deles.
Se chover?
Se chover a gente se molha ou corre pra baixo de alguma marquise e fica lá até passar.
Rindo por estar na rua no meio de um temporal.
Rindo das outras pessoas que estão na rua no meio de um temporal.
Talvez, alguém olhe pra gente com ar de reprovação.
Talvez, alguém olhe pra gente com ar de cumplicidade.
E a gente vai rir mais ainda. Rir até cansar.
Depois, vai sentir uma certa nostalgia pela cidade pintada de cinza. E suspirar.
Aí, vou pegar na sua mão. Encostar o meu lado esquerdo, no seu lado direito.
Sentir a sua pele quente e vontade de abraço.

Abraço.

Vou deitar no seu peito e fechar os olhos.
Você vai descansar o queixo sobre a minha cabeça e resmungar.
É, você sempre resmunga, tá vendo?
E eu sempre pergunto porquê, mesmo quando sei a resposta.
Gosto quando você me explica qualquer coisa.
Você fala com calma, mesmo quando não agüenta mais.
Tentando me provar, por A + B, que é o dono da razão e eu, uma louca inconseqüente.
Mas voltando ao passeio...
aquela vontade de ir lá fora acabou .
Vem cá. Tá nublado, percebeu ?
Acho que vai chover, por isso acho melhor assim ,
você e eu aqui , pintando o cinza , frio por fora e quente aqui dentro , um cobertor.
Hoje seria melhor nem sair da cama.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Entrega.




Ando em uma fase de pura carência , ando nas esquinas olhando de canto , tentando achar um quinhão que seja de atenção, alguns centavos de compania, um saldo qualquer de amor e de alguma saudade .Mas não se engane com esses olhos , nem com essa malemolência que me é peculiar , eu posso até fazer de conta , olhar de canto , sair à procura de algo , mas não sou do tipo que esmola , acredite , eu sou toda confusão, sou dessas mulheres pra se comer com dez talheres. 

O meu relógio marca um  tempo ligeiro e distante, e quando penso que é pra hoje, já ficou pra ontem.Não sou dessas que colocam só a ponta do pé pra testar a temperatura da água , sou dessas que mergulham de cabeça, molham o corpo todo, sem titubear.

A verdade é que não sei ser pela metade, quero estar em erupção, quero ser manifesto, e tudo que é meu por direito, eu gosto do sentir , do toque , da aproximação . Aliás, sentimento é só para os corajosos como já deve ter percebido , o afeto faz bem , nutre , alimenta, mas causa pavor em quem não tem pulso pra sentir.

Eu quero encontrar o meu quinhão , um resto de amor pra dar continuidade, eu quero ir no embalo , porque eu tenho pulso firme pra sentir compreende ? Eu sou formada por uma série interminável de sentimentos meu rapaz.


sábado, 16 de outubro de 2010

Dernier soupir




Tinha marcas no rosto.
Tristeza líquida deixa rastro.
Passado.

Pessoas. Lugares. Cheiros. Sabores. Amores.
Seus licores já me amargam a boca.
Arruínam-me os sonhos.

A ausência tem nome. Endereço e telefone.
Preenche meu silêncio com um ruído ensurdecedor.
Saudade não tem verdade.

Sua cor já me faz falta.
Mas seu calor me queima a pele.
Fez o doce derreter – Azedo.

Lágrimas deixam marcas.
Dor desenha seu rastro.
Passa?

Texto da minha grande amiga Leti (L) por quem eu tenho um apreço imenso . Escreve divinamente bem , já tava mesmo na hora de fazer um blog né Let linda ? O blog que ela fez hoje ,cliquem no link e sigam se quiserem (; > Maisquemeusfatos.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010



Acho que tudo na vida é arte. O que você faz. como se veste. a maneira que você ama alguém, e como você fala. seu sorriso e sua personalidade. em que você acredita, e todos os seus sonhos. o jeito que você bebe. seu chá. como você decora sua casa. ou festa. sua lista de compras. a comida que você faz. como sua escrita parece. e o jeito que você se sente.

vida é arte.


Moda vai além de tecidos, croquis, glamour, brilho, modelos e estilistas geniais. Moda nasce antes de tudo de dentro de alguém, uma vontade uma necessidade. De uma alma, de um passarinho interno!E apesar de meu curso não ser esse resolvi postar além das coisas que eu me retenho,postar sobre algo que me fascina sem ares de obrigação.

Gio

Tem vezes que existir me dói feito uma bofetada.


E ultimamente, eu tenho sentido a dor daquelas manhãs de chuva como se estivesse molhada até os ossos, compreende ?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Confissão de alguns segundos e uma vida.



- Eu te amo. - Ela sorriu, tímida. - Você me ama?
          - Não. - Respondeu ele, sorrindo.
- Todos os que eu amo vão embora. E eu não suportaria te ver partir.

Conclusão de um pensamento perdido

Tomando o café matinal
Lembro e relembro tudo o que passamos.

E tudo aquilo parece tão insignificante.
Não entendo agora o porquê daquelas lágrimas.
O porquê daquele sofrimento.
E chego à conclusão de que apenas tinha que
Passar por aquilo.



Honny.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Marla de Queiroz.

Eu não tenho medo do amor.
Eu tenho medo é de amar quem tem medo dele
Amar quem teme o amor é como se apaixonar por uma sucessão de desistências.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Les mots sont dans l'air, le monde est en nous.



Escrever em algo é deixar um pedaço nosso, e mesmo que se passe uma borracha naquilo que foi registrado  ali  aquilo que apaga não nos impede de continuar sentindo , é alucinógeno meu rapaz. Mesmo que de alguma forma escrever o que sentimos vá  nos dilarecendo através de agonias, nos afogando aos poucos no mar que é a vida, a escrita alivia no fim , porque no fim de tudo ela vai  te deixando a vontade . Como chegar em casa depois de  horas de trabalho ,  tira a gravata , afrouxa os cintos , desamarra os sapatos e segue viagem no sofá , é quase um ''come on in'' libertário, e a escrita vai te deixando habituado a se sentir em casa , vira hábito , vira ritual.

Por isso escrever é divino ,e você há de concordar comigo , cada letra vai tomando forma , vai dançando conforme a música que toca num ritmo que a gente é quem faz , numa dança que é como uma caça à cada palavra vã escondida no fundo de nós.

Somos metade poeta , metade homem, juntando alguns casos , letras , trocados e afins.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Necessidade.




Eu preciso sentar, tomar meu café , fumar o meu cigarro.
Eu preciso de um espaço , refletir ,agir e não cair.
Eu preciso fazer música, eu preciso sumir, respirar.
Eu preciso de um tempo frio ,chuva na janela e eu de edredom.
Eu preciso me encontrar de novo, eu preciso voltar . Eu preciso de mim.

sábado, 31 de julho de 2010

Coragem de menos.



Ah se fosse apenas esperar você voltar de umas férias longas.
Se fosse só te dar um abraço apertado e dizer que senti sua falta,
assim tudo se resolveria.
Mas não...
Há orgulho demais,coragem de menos.
Há todos os antigos problemas  somados com os atuais,
multiplicados pelos futuros.
Que você cogita que poderão existir.
Ah se fosse apenas amor...
Mas é bem mais.
São duas vidas que se chocam, e se socam na cara uma da outra
Deixando feridos por todos os lados.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Deixa-me viver no caos.







O mundo é dos aflitos, e salve-se quem puder.
Apenas não se esqueça: a minha aflição é maior que a sua e sempre será.
Somos mesmo individualistas megalômanos, 
sempre achando que podemos resolver tudo, 
mesmo aquilo que não depende do nosso esforço.
Sofremos, sofremos muito. Em vão padecemos, e sem angústia não vivemos. 
É a nossa melhor desculpa.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Facetas.



Você pode me ver do jeito que quiser,
já não me importo com a sua opinião.

Eu posso ser mil pessoas,posso ser movimento, tato , paladar ,
pensamentos em um só corpo, em um lugar apenas.
Não me agrada andar só,
pois temo que a maquiagem se desmanche e meus medos voltem à tona.

Não possuo proteção nesse exato instante,
sou fragilidade com um quê de exatidão.
Pois agora tudo parece desabar , e eu aqui espatifada
juntando os cacos caídos no chão.


Ser do avesso do que eu era até certo ponto , parece-me interessante.,
ando me surpreendendo comigo , me vendo de variadas formas , ângulos , modos.
Tomei ciência de que algumas coisas tendem a morrer
para que outras possam nascer.

E agora eu sinto estas feridas, eu calculei desde o inicio do fim,
eu arquitetei o meu presente , só não pude ver como evitar.
 Eu tiro forças da fraqueza , do que já não me pertence mais.
Eu que não sabia ser exata , nem imaginava ser fraca , me encontro
com uma imagem paralela da que eu criei.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Dangerous.




Hoje eu acordei querendo encrenca,querendo me vingar.
Não querendo mais saber das suas desculpas furadas,
prefiro ser magoada,do que enganada.

Então tome providência , mande ao menos uma carta,
traga algo bom pra mim...

Nossa história cabe até no mais minúsculo dos papéis.

Por que você me olha, com esse olhar de loucura?
Isso chega a ser engraçado.
Do que vale sonhar um minuto se o mundo vive em horas?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

That's True.







A verdade é que ainda não consegui me desprender por completo das relações humanas. De você que me deixei arruinar, perdoa-me por me traires, enquanto a calma agora plaina no ar da noite, nos intervalos, nas pausas, no silêncio e na música. Eu quero falar sobre você, e daí, nada me impede fazê-lo. Somente a ética, um pudor parnasiano e a lucidez. Eu quero me lembrar das coisas boas e acabo lembrando-me da minha condição atual. Tenho vontade de te matar, não só no sentido figurado. Mas isso seria muito sério, muito shakespeareano, nelson-rodriguiano, tennessee-williamsiano, jean-genetniano, nietzscheniano e deleuzeano. Enfim, só conhecendo os marginais franceses para tentar definir como seria. A noite nessa cidade não há nada noir, nada horrorshow na noite. Só o que me impeça de sair ,como o monstro no armário. E quem ganha com isso? O único show de horror é você, e é nauseante que isso ainda me atraiu.

sábado, 5 de junho de 2010

Não passa nunca.







São os momentos planejados não executados
Por enquanto inexistentes
Os rumores de 'seguidas vidas'
A estrela guardada dentro da minúscula caixa
Pequena
De brinquedo
Complicada para mim


E se eu confessar que de tanto egoísmo carrego meu próprio céu no bolso?

E se eu disser que apenas um brilho satisfaz?


Quebro sua filosofia
Teoria
Bato de frente

Usando como arma meu coração.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sirva-me um







O bom veneno é amargo,
e os melhores vem em pequenos frascos.
O bom veneno é rascante
seu ventre queima, seus dentes rangem.
O bom veneno deve ser assim.
E eu te peço: sirva uma dose desses para mim

Pois o começo é sempre ligado ao fim,
de algo bom ou de algo ruim.
E o meu fim será seu suplício,
pra eu poder voltar ao início.




Nina Becker

sábado, 29 de maio de 2010

One more sense.




Você pode achar que assim é bem melhor
mais não é  assim que a banda toca.
Nem vem que não tem, tô de saco cheio

Não tenho tempo para desencontros
Sou do principio ao fim,
eu não sou do meio,nem do seu ou de outrem,
não sou do tipo que faz fita,
que fica encima do muro.
Por favor, nada de meias palavras com duplo sentido

Regras são regras
Quero todos os gestos ou nenhum
todas as palavras ou nenhuma
todos os sons  ou silencio total.
Ou toca ou não toca,como já dizia Clarice.

Você pode entender como quiser,
você pode falar o que bem entender,
não me importo,não me movo nem me comovo.
Esse blá, blá, blá, está entrando por um ouvido e saindo pelo outro.

Nem todo 'nonsense' implica em não ter sentido
nem todo sentido é obrigatório.
Nem tudo que tem sentido faz falta
nem toda falta de sentido é sentida.

Estafa.




Hoje eu  quero me distrair,
pentear o cabelo, fazer as unhas.
Cansei de ter que aturar,
mentira por mentira, prefiro ficar
O tempo tem me mudado,
pensei que o amor durasse,
e agora percebo que ele apenas muda de endereço.
Pensei feito tola ,que poderia ser feliz
agora sei que nao posso, não tenho meios pra isso 
Pra dizer a verdade ,
acho é graça das minhas lembranças!
Já não escolho minha palavras, apenas falo por impulso.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Livré aux blattes




Cada vez que você me deixa meu bem,
eu perco o controle.
Meus sentidos me abandonam por completo.
E é como se você me tocasse com as palavras
a quilômetros de distância.
São milhares de tentações,
que me puxam à superfície.
Sabemos tudo ao nosso respeito,
construímos o nosso próprio tempo
e ainda assim você me vem com essa.
Era no entrelace , onde sua boca convidativa
me pegava na curva.

Eu chorei meu bem,
só em pensar que nunca mais seria sua.
Só em cogitar a possibilidade de não te sentir,
te beijar, amar.
Pra ser sincera, não sei ao certo
quando tudo começou a acabar.
Mas espero sinceramente que você não se arrependa,
porque no fim das contas eu não vou estar aqui
pra te segurar quando você cair.

Vou me contentar com as lembranças
enquanto meu coração filtra os sentimentos.

domingo, 16 de maio de 2010

Old Clichés







Eu procuro as palavras certas nos poemas do mundo,

mas não sei se sou eu ou o mundo
que perdeu a poesia de si.


E deste modo aqui estamos nós
deixados como um nada ,além de ironias pobres
em entrelinhas desabitadas.



Enquanto o café, os gatos e as condições meteorológicas 
continuam a jorrar as suas peças em velhos clichés.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

01/02/79.

 
.Fátima Maia.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Mentiras.






A mesma hora de hoje,
será a mesma hora de amanhã pra mim, acredite.
Ando sobrevivendo de lembranças
e talvez alguma pouca esperança,
que tenha restado em mim.
mas e quando isso já não bastar?
Será que o cigarro ainda será o melhor amigo?
Será que as garrafas de vinho doce serão amargas,será? será? será?
Integro-me apartir deste momento,
para o 'clã' de sonhadores desiludidos!
Faço parte de uma massa sem cor.
Com coração, mas sem nenhum jeito para amar, e sinceramente...
Já que tenho idéias, mas não mãos para pô-las em prática,
sento e espero do futuro o presente,
quando automaticamente rabisco em mim
um presente inexistente ,que só me leva
a pulsar no que passou por nós.
Mas aqui só resta o que já não cabe em mim ,
mas  é o que me tem invadido.Sinto cortar, arder.
Ignore-me exatamente assim, não me invada, não me leia.
Isto aqui por dentro não passa de um pequeno rascunho.

por Gi. em 02/05/10

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Molestada.























Ficou meses sem você.
Dias sem comer.
Horas esperando só passar.
Para te ver em palavras.
Descritas de ilusão.
Passadas a limpo pelo tempo.

domingo, 7 de março de 2010

Pulsar.

O coração palpitava,
enquanto tentava fugir com os olhos
ansiava pelo que viria dele,
pelo que viria do 'nós'.
Tentava sustentar o seu olhar, capturar toda essência vinda dele.
A sintonia era visivel enquanto trocavamos olhares curiosos
As mãos se encontravam e as palavras  se perdiam,
letras são dispensáveis em horas como estas...
E quando o fio do sentir aparece, deixo puxar.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vende-se



Vende-se uma Alma
que ninguem parece querer
que ninguem aparenta gostar
que ninguem se interessa em amar

Uma alma que ja cansou de sonhar
uma alma que hoje é amiga da solidao
uma alma com muitos defeitos irreparáveis
uma alma cheia de temores e receios.
Uma alma tola, que ainda pensa que um dia poderá ser feliz.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

For sale.




Seria melhor se a felicidade viesse embalada,
e que no rótulo estivesse especificado
os riscos que corremos com ela.
Que viesse indicando
quais os tipos ideais de felicidade para cada um,
e quem sabe dessa forma fosse mais fácil sermos felizes.
Sem termos a necessidade de esperar por terceiros.

Le petit.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Memórias do interminável





Não existe abandono que o amor não possa cuidar.
teus braços foram os meus tantas noites 
em que morri em meu próprio abandono, 
mas vejo os teus olhos sei onde devo ir 
e ambos sabemos o quanto de amor existiu.
Se despeça de mim, sem venda, nem mágoa, 

a estrada que nos leva hoje nos trouxe um dia 
e logo ao amanhecer 
estar vivo não significará
mais nada.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Um só.


Posso tocar o infinito com os pés.
Os olhos parecem submersos,o tempo se confunde
É como se tudo isso fizesse parte de um plano paralelo,
em que eu e você  fôssemos os primeiros e os únicos.
E que de algum modo estamos ligados desde o princípio ao fim.
Quando nos separam o vazio me encontra , porque por mim
eu poderia ter todo o tempo do mundo e ainda assim seria escasso.
Os rostos se colam,as mãos se entrelaçam,
os corpos se fundem,como num ritual .
Eu quero esticar a linha do meu sentir,
deixar que você me leve nesse plano.
Porque desse modo eu não havia sentido antes, não assim...
ao ponto de renunciar á tudo e a todos sem hesitar.
Eu amo os nossos modos.
Eu amo os nossos passeios.
O sentir não é um mar de rosas, e disso sabemos bem,
e ao fim de cada birra nossa eu posso me certificar
de que temos um ao outro novamente, 
por um tempo indeterminado.

*Porque eu me perco ,mas sempre acabo
por me encontrar em ti.

_Gio e Honny .

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Clarice Lispector .







"Não me prendo a nada que me defina. 
sou companhia, mas posso ser solidão. 
tranqüilidade e inconstância, pedra e coração. 
Sou abraços, sorrisos, ânimo, 
bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. 
Música alta e silêncio. 
Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. 
Não me limito, não sou cruel comigo! 
Serei sempre apego pelo que vale a pena 
e desapego pelo que não quer valer…
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência,
e sim de sentir,de entrar em contato.Ou toca, ou não toca."

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Bad acid disease?
























Não tenho vontade de fazer nada, não sei o que fazer.
Não quero dormir, não quero ficar acordada. Não tenho fome. 
Não quero ficar sozinha, não quero ver ninguém. 
Tenho a sensação de estar em 'sursis'. 
Estou apenas completamente esgotada.
A verdade torna-se lentamente clara e me esvazia...
Há coisas que desejamos antes de momentos importantes. 
eu queria que meus amigos estivessem comigo. 
que meus pais fossem diferentes. 
queria que alguém entendesse o que estava acontecendo 
e pudesse me dizer que não estava maluca, 
que eu não era estúpida. 
alguém que dissesse: 
'tenho orgulho de você e estou com você de qualquer jeito!''.
Sei exatamente como dói sorrir, 
como você tenta se ajustar e não consegue, 
como você se fere por fora tentando matar o que tem dentro.


Parece que eu nao consigo me encontrar de novo,
minhas paredes estao se fechando...
Sem um senso de confiança 

eu estou convencida que ha muita pressao para aguentar.
Eu me senti desse jeito antes, tão insegura.
Desconforto eterno se depositou em mim, distraindo ,reagindo.
eu fico contra minha vontade ao lado do meu proprio reflexo
é assustador, parece que eu nao consigo.
E o medo é que essa falta de auto controle nunca acabe,
porque a sensação de que eu não posso ser eu mesma,
de que o espelho mente, tem falado alto demais.
O medo é o que me derruba, confundindo o que é real.
Na verdade eu bem que queria acreditar,
que há pelo menos uma pessoa 
sequer no mundo que seja de verdade, 
queria poder acreditar em uma palavra, em uma atitude. 
Queria poder esquecer de tudo que me faz mal, 
queria que o passado não fosse mais presente, 
queria poder escolher, poder apagar, mudar.
Queria saber controlar, 
queria saber me livrar de tudo que me destrói,
Ter que não precisar mais disso para viver, entender os fatos,
Talvez aprender a aceita-los, queria voltar a me aceitar.