Uma sala no terceiro andar, o sol entrando de um lado e ela vindo na vertical com os braços abertos, como se fosse abraçar o mundo. As pontas dos dedos anestesiadas pela repetição dos movimentos.
O chão de madeira e na parede a sombra vaga, funcionando como um retroprojetor natural, refletindo a dança da menina. A terapia dela era essa, uma onda elétrica que a percorria de dentro para fora, transformando em movimento tudo aquilo que a afligia e que a cortava.
Era uma dança solo, desenhando com a ponta dos dedos sobre a madeira fria, um círculo. Ela carregava a leveza da alma enquanto sentia poder abraçar o mundo durante os passos. Um espetáculo individual, transcendental, um bailado cósmico. Não havia música de fundo. Na verdade ela existia, mas alí no íntimo dela e ecoava.
Eu quase consegui snetir essa m´suica dentro de mim. ;)
ResponderExcluirHá musica dentro dos que acreditam nela!!!
ResponderExcluirLindo seu blog, vou segui-lo com prazer.