terça-feira, 29 de abril de 2014

Pretérito quase perfeito




E não tem um dia que, no meio da minha solidão macia, deixe de esperar as ligações noturnas ou iniciativas tuas. Das faltas que sinto, a maior e mais doída era do que costumavas ser. Os modos pelos quais me apaixonei, o conjunto de bobagens e os carinhos já tão mortos. As flores que secaram na espera de cuidados e os meus dias gastos por amar demais. 

Ontem foi um dia cheio de compromissos, tristezas, vazios, saudades e desacostumar. A ansiedade me maltrata a cada hora que se passa, troco os pés pelas mãos nas muitas versões do que eu sou, na convicção de que o que era pra ser já foi. Se me deito em dúvidas, levanto com certezas, uma delas é sobre o remédio do tempo e seus sinais. Nada é mais preciso e precioso do que esperar passar, se convencer disso antes mesmo de arredar as cortinas de manhã. Abrir as janelas e conseguir reparar algo além do próprio caos.



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